“Mas que uma coisa fique claro: Não deve-se misturar religião com bioética. Nunca”
Interessante como hoje eu escutei essa frase, e por diversas vezes, proferida pelo meu professor de prática médica quando este falava a respeito da elaboração de leis que paramentassem ações médicas providas de questionamentos éticos. Será que ele foi realmente coerente com a situação histórico-científica pela qual se desenvolveu a bioética, e junto dela a religião?
Ora, o advento da segunda guerra mundial, trouxe a tona os horrendos experimentos proferidos pelos alemães contra seus algozes capturados, desde torturas a amputamentos, com o intuito de se estudar a natureza humana e seus aspectos fisiológicos. Este foi o estopim histórico para o desenvolvimento de uma ciência que tentaria regulamentar juridicamente, e questionar, trazendo luz a atual situação da medicina e da manipulação humana na pesquisa: A Bioética. Porém a bioética se enquadra como uma ciência, e justamente por este título está vinculada à análise (que essencialmente é a prerrogativa para a pesquisa) e ai encontramos a linha convergente entre esta fascinante disciplina e a religião.
Toda a pesquisa surge de uma insatisfação com a atual situação vigente na sociedade. Pesquisa-se o sangue para facilitar o transplante de órgãos. Pesquisou-se sobre a produção de luz porque a população se encontrava no escuro, a melhora na produção alimentícia porque a demanda para o consumo de alimentos aumentou, e por fim produz-se a bioética porque acontecimentos eticamente reprováveis são cometidos. Ou seja, pesquisa é uma ponte que interconecta a insatisfação à produção do artifício satisfatório.
A religião durante todo o seu percurso histórico foi uma ponte pelo qual o ser humano retirou-se de um quadro de insatisfação (a busca pelo sentido da vida e sua própria existência), para um quadro de satisfação, (a ideologia religiosa que responde a estes questionamentos). Ela é essencialmente um mecanismo exatamente igual à pesquisa, mas em um âmbito metafísico e possui em si uma base firmemente produzida, semelhante aos conceitos identificados na produção científica.
Por muito tempo não se foi dado conta desta particularidade da religião, como artifício gerador de satisfação, porque os mecanismos pelos quais a religião foi produzida não se encontram palpáveis, como, por exemplo, o estudo embriológico in vitro do ato da concepção de uma vida, logo seu aparato científico desatualizou-se e os aspectos sociais, biológicos e sociológicos, que antes eram mais simples, modernizaram-se e ultrapassaram, e em muito, as elucidações religiosas.
Atualmente, a consciência deste artifício foi tomada e com ela uma produção científica maciça por parte daqueles que estudam os preceitos religiosos e junto a eles as prerrogativas biológicas. Logo, alguém que possui uma religião, e que sabe pensar de maneira científica, pode, e muito, contribuir para os questionamentos bioéticos e enriquecer seu conteúdo, afinal, a religião em si, é a própria pesquisa, mistificada como ignorante, alienante e desprovida de produção científica.
“A Fé sem questionamento é tola. E a cientificidade sem subjetividade mais ainda”
Interessante como hoje eu escutei essa frase, e por diversas vezes, proferida pelo meu professor de prática médica quando este falava a respeito da elaboração de leis que paramentassem ações médicas providas de questionamentos éticos. Será que ele foi realmente coerente com a situação histórico-científica pela qual se desenvolveu a bioética, e junto dela a religião?
Ora, o advento da segunda guerra mundial, trouxe a tona os horrendos experimentos proferidos pelos alemães contra seus algozes capturados, desde torturas a amputamentos, com o intuito de se estudar a natureza humana e seus aspectos fisiológicos. Este foi o estopim histórico para o desenvolvimento de uma ciência que tentaria regulamentar juridicamente, e questionar, trazendo luz a atual situação da medicina e da manipulação humana na pesquisa: A Bioética. Porém a bioética se enquadra como uma ciência, e justamente por este título está vinculada à análise (que essencialmente é a prerrogativa para a pesquisa) e ai encontramos a linha convergente entre esta fascinante disciplina e a religião.
Toda a pesquisa surge de uma insatisfação com a atual situação vigente na sociedade. Pesquisa-se o sangue para facilitar o transplante de órgãos. Pesquisou-se sobre a produção de luz porque a população se encontrava no escuro, a melhora na produção alimentícia porque a demanda para o consumo de alimentos aumentou, e por fim produz-se a bioética porque acontecimentos eticamente reprováveis são cometidos. Ou seja, pesquisa é uma ponte que interconecta a insatisfação à produção do artifício satisfatório.
A religião durante todo o seu percurso histórico foi uma ponte pelo qual o ser humano retirou-se de um quadro de insatisfação (a busca pelo sentido da vida e sua própria existência), para um quadro de satisfação, (a ideologia religiosa que responde a estes questionamentos). Ela é essencialmente um mecanismo exatamente igual à pesquisa, mas em um âmbito metafísico e possui em si uma base firmemente produzida, semelhante aos conceitos identificados na produção científica.
Por muito tempo não se foi dado conta desta particularidade da religião, como artifício gerador de satisfação, porque os mecanismos pelos quais a religião foi produzida não se encontram palpáveis, como, por exemplo, o estudo embriológico in vitro do ato da concepção de uma vida, logo seu aparato científico desatualizou-se e os aspectos sociais, biológicos e sociológicos, que antes eram mais simples, modernizaram-se e ultrapassaram, e em muito, as elucidações religiosas.
Atualmente, a consciência deste artifício foi tomada e com ela uma produção científica maciça por parte daqueles que estudam os preceitos religiosos e junto a eles as prerrogativas biológicas. Logo, alguém que possui uma religião, e que sabe pensar de maneira científica, pode, e muito, contribuir para os questionamentos bioéticos e enriquecer seu conteúdo, afinal, a religião em si, é a própria pesquisa, mistificada como ignorante, alienante e desprovida de produção científica.
“A Fé sem questionamento é tola. E a cientificidade sem subjetividade mais ainda”