terça-feira, janeiro 30, 2007

BABEL.


Nesta terça-feira chuvosa eu tive o privilégio de ir ao cinema assistir a um filme no mínimo polêmico. Babel. Confesso que não consegui durmir até digerir cada um dos aspéctos e minúcias abordados no filme. Acostumado com o maniqueismo e a banalização de conceitos importantes (como o amor e a violência) do cinema atual, é extremamente excitante correr aos cinemas para apreciar esta película, retrato da realidade contemporânea. Durante o desenvolver do filme, 4 histórias se enlaçam de forma não magistral, mas bastante compreensível, e que corroboram com a famosa teoria do caos, o qual preconiza um desencadear de fatos catastróficos a partir de pequenas ações impensadas (ou as vezes pensadas).

... vou dar um de crítico de seriados... ===> SPOILER!! hehehe

O filme se ambientaliza no japão, marrocos, Eua e México. De maneira inusitada (por isso teoria do caos) um riflle foi parar no marrocos, nas mãos de dois garotos, que inocentemente disparam contra uma turista americana. Após isto uma cascata de acontecimentos culminam em acontecimentos inteiramente éticos e de incidência cotidiana no cenário mundial.
No final lições importantes são demonstradas tais quais; Nem sempre os indivíduos agem com intensões monetárias, a solidariedade ainda pode existir no coração de alguns, ações baseadas na inocência quase certamente terão fins catastróficos, crianças são crianças e necessitam de responsabilidades a sua altura, entre muitas outras. Esse filme serviu como um chacoalhão, pelo menos para mim, para não me conformar com o cotidiano deste planeta, que cada vez mais se afunda na escuridão da ignorância, descaso e inumanidade. O filme é um convite para sermos como a japonesa das cenas finais, afinal das contas, mesmo surda, ela pode compreender melhor que qualquer outro a fragilidade do ser humano e o seu apego ao que não interessa de fato em detrimento dos "bons sonhos" que todos deveriam seguir.

terça-feira, janeiro 23, 2007

MISANTROPO


O indivíduo pertencente a esta estratificação psico-social adora seu próprio espaço. Preza por momentos em que desenvolva sozinho atividades. Estar em silêncio, isolado, e em algum entretenimento que lhe apraza é extremamente gratificante. Na realidade, ser divertindo ou não, estar somente consigo mesmo é muito prazeroso.

Procura não freqüentar lugares muito cheios, e acredita piamente em relacionamentos aprofundados, e que estes só podem ser alcançados em pequenos grupos. Conversas sem aplicabilidade cotidiana, e que não contribuam para um relacionamento saudável são rapidamente descartadas.

Este grau psicológico vivencial em nenhum momento se torna patológico se for mantido de maneira equilibrada. A inclinação a interiorização é saudável, e faz parte da própria personalidade do indivíduo, não representando necessariamente um jogo psicológico para acobertar suas dificuldades. O importante é que ajam relacionamentos aprofundados, para crescimento pessoal, e comunicação psico-social (desabafar seus sentimentos).

Pode traçar monólogos por uma tarde toda, e inclusive conversar na segunda pessoa, expressando sentimentos a indivíduos que não existem. Suas amizades são profundas e intensas, e suas ações sociais procuram partir de dentro para fora, e da mesma forma, encaram outras ações sociais de maneira reflexiva.

Por que eu escrevi isto?

Porque sou assim oras!

Valeu Edilson e Thiago! A conversa foi sensacional como sempre!

quarta-feira, janeiro 17, 2007

APRENDA COM OS SEUS ERROS:

I will never be hungry again!



Parece Clichê, mas é a pura verdade. A psicologia já indica, pessoas que sempre tiveram muita facilidade, e pouca, ou nenhuma, dificuldade em suas vidas (fruto de uma super-proteção familiar, por exemplo) costumam ser extremamente egocêntricas e quase nunca conseguem lidar com as perdas e fracassos.
Ora, a vida seria extremamente desconcertante, se o êxito marcasse presença em todos os momentos. O fracasso, a derrota, são palavras que possuem uma entonação pesada, soa quase como um palavrão; isto pelo simples fato de nossa sociedade crescer nos moldes capitalistas da conquista acima da conquista. Isto é prejudicial!
São nas perdas que de fato paramos para refletir, tentamos compreender o que deu errado, e porque deu errado. O sentimento de frustração é quase que auto-reflexivo. Sempre após uma queda, o indivíduo tenta estabelecer novas metas que atinjam o alvo desejado. Este é o verdadeiro poder de recuperação! Que somente os seres humanos possuem.
Então, se algo deu errado. Tome nota, crie soluções, e não desvie o foco dos objetivos traçados. Mais cedo ou mais tarde, você acerta! E não se esqueça de agradecer pelo erro nosso de cada dia, ele se mostra quase sempre eficaz nas soluções dos problemas.

“Aprenda com o erro dos outros”. Mas que besteira! Passar pela sensação do fracasso é o que desenvolve no ser humano resistência, objetividade e determinação para o alcance das metas traçadas!

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Por que tenho medo de dizer quem sou?


As férias estão indo... e com ela meu precioso tempo de ociosidade. Mas uma ociosidade bem aproveitada; tirei um tempo para ler alguns livros que faltavam e para refletir mais sobre situações de minha vida.
Trago aqui mais um livro, desta vez técnico, que em muito me auxiliou a compreender a mim mesmo e as pessoas que me cercam. O título do livro é o mesmo do tópico; o autor: John Powell.
Em seu livro, um maravilhoso ensaio evocando o auto-conhecimento e a relação interpessoal, ele apresenta o caminho a ser percorrido por um indivíduo pare que este viva plenamente e em perfeição relacional. Para isto, é necessário que este consiga um equilíbrio entre a interiorização e exteriorização de seus sentimentos, ou seja, saber ter momentos de reflexão profunda pessoais, e momentos de se abrir com alguem que lhe traga confiança e compreenção de seus sentimentos.
O Interessante do livro, é os tipos psicológicos que este tráz em suas páginas, o que nada mais são que fugas, jogos, papéis que o indivíduo interpreta no seu cotidiano para esconder seus verdadeiros sentimentos reprimidos.
Não serei impiedoso, e explicarei alguns deles aqui para aquietar a curiosidade de quem estiver lendo:

Sempre Certo:
Esta pessoa raramente perde uma discussão, mesmo quando todas as evidência se voltam contra ela, ainda sim consegue respeito por sua posição. Não escuta bem as pessoas e parece que não espera aprender grande coisas com elas. Basicamente, sua auto-estima está ameaçada. Age com o dobro de segurança para se defender de suas dúvidas desmoralizadoras que agitam em seu subconsciente e tendem a minar sua certeza. Seu comportamento indica o oposto do que parece ser verdade. Tem dúvidas profudas e subconscientes sobre si mesma e suas opiniões.

Todo Coração:
Acredita-se que a formação de reação seja responsável pela sua preocupação excessivamente amável e sentimental da pessoa. É uma compesação subconsciente por suas tendências sádicas (cruéis). Todos nós temos inclinações cruéis algumas vezes, mas esta pessoa fica especialmente amedrontada peranto isto.

Corpo Bonito:
Em geral a vaidade física é uma compensação para um sentimento corrosivo de inferioridade. A pessoa bonita ou charmosa que usa esse jogo, busca no espelho da parede e nos olhos dos outros o seu próprio reflexo por que não consegue encontrar consolo mais profundo para sua inferioridade.

Valentão:
O jogo é uma tentativa infantil da pessoa de reivindicar sua superioridade sobre os outros. Quer dominar, seja com palavras ou com manifestação física, se ele se sentir seguro para isso. Esta manifestação indica ausência de auto estima.

Palhaço:
O palhaço compulsivo está buscando algum tipo de atenção. Fazer palhaçada as vezes é um artifício para escapar. O palhaço não sabe lidar consigo mesmo em uma situação séria, nem sabe reagir a tristesa: assim adota uma atitude de alegria irresponsável. Na sua convivência com os outros suas palhaçadas servem como máscara de defesa para evitar que os outros saibam quem ele é de verdade.

Flertador:
O jogo do flerte é basicamente uma tentativa de conseguir algum tipo de reconhecimento para o ego. É usado geralmente por pessoas que nunca cultivaram qualquer tipo de aprofundamento emocional. Só as relações mais profundas podem trazer segurança para o ego. Essa segurança resulta de um maior auto-conhecimento do que auto-aceitação. No flerte, a pessoa se recusa a correr o risco de um relacionamento de auto-revelação: prefere fugir.

Fofoqueiro:
O participante da fofoca, como os outros jogadores, o faz por interesses pessoais. É incapaz de usar todo o potencial de suas habilidades; é derrotista e sente-se pesaroso por não poder corresponder ao seu ego ideal. Assim, prefere aumentar a sua auto-estima minando a estima dos outros.

Hedonista:
A pessoa do tipo "prazer acima de tudo" tenta esconder sua imaturidade emocional através de eufemismos ("o importante é aproveitar a vida"), mas a imaturidade aparece rapidamente em seus relacionamentos. É o que caracteriza a criança e o neurótico. Os habitos de hedonismo são adquiridos geralmente como compensação para os aspéctos difíceis da vida. "Fui ignirado e imcompreendido, por isso agora como a vontade e me masturbo o tempo todo"

Intelectual. Vulgo o cabeça:
Nosso programa social nos leva a sermos intelectuais e a desprezarmos as relações humanas intensas, especialmente porque são emocionais. Muitas vezes a pessoa que assume o papel de "intelectual" tem medo de suas emoções ou se sente desconfortável com elas por qualquer razão. Talvez tenha sido programada para não mostrá-las por pensar que sentimento é fraqueza. Algumas vezes, também, a pessoa se sente incapaz de relacionar com os outros e de fazer amizades e assim, se refugia em sua pose de intelectual.

O livro aborda muitos mais jogos, eu coloquei apenas alguns. Apesar de não ser o mais interessante do livro, compreender os jogos nos faz crescer como indivíduo e acima de tudo: indivíduos sociais.



quarta-feira, janeiro 03, 2007

Você não aprende nada com os outros



Por Paulo Angelim*

É muito comum vermos nas empresas a seguinte cena: “Coloque o estagiário (o trainee, o novato...) junto com o Fulano de Tal, assim ele aprenderá mais rápido como deve ser feito!”. Ou ainda, “Vou ficar pertinho da Cicrana, olhando tudo que ela faz para aprender como vender melhor e mais!”. Puro engano. Existe muita confusão entre o que seja "saber" e "aprender". Em uma bela música de Beto Guedes, encontramos uma passagem de grande profundidade e sabedoria: "A lição sabemos de cor, só nos resta aprender." Como a música sugere, o fato de sabermos sobre alguma coisa, não implica que a tenhamos aprendido. Acredito piamente neste princípio e afirmo ainda, e categoricamente, que você nada pode aprender com os outros, nem experiência, nem novas técnicas, muito menos novos hábitos. É engano, pura ilusão você afirmar “aprendi muito com aquele novo professor!” Com outra pessoa, você poderá tão somente passar a conhecer novas práticas, técnicas, métodos, estratégias. É óbvio que você deve estar se perguntando: “Sim, mas, então, quando e como podemos aprender algo?”. Somente quando nos propomos a FAZER aquilo que passamos a conhecer, é que podemos dizer que estamos em um processo de aprendizado. Você somente irá aprender sobre algo quando se dispuser a exercitar, fazer, errar, ajustar, fazer de novo. É por isso que somente poucas pessoas conseguem aprender com a vida. A idéia popular de que “a vida é um eterno aprendizado” é falha. Na verdade, “a vida é um eterno ensinamento”, e pouca gente tem decidido aprender com ela. As que aprendem são aquelas que decidiram FAZER algo a respeito do que passaram a conhecer, do que passaram a saber, ou do que passaram a experimentar. Você pode até conhecer algo novo com os outros, mas somente irá aprender consigo mesmo.

O grande risco que você corre em não assimilar esse princípio (só aprendemos algo quando o exercitamos) é cair numa roda vida e interminável de leituras, cursos, palestras, seminários, achando que pelo fato de estar absorvendo todo esse novo conhecimento você está aprendendo algo. Gosto de chamar essa ciranda ou obsessão por novos conhecimentos, sem a conseqüente e necessária aplicação prática, de “obesidade do saber”. Sabe aquelas pessoas que comem, comem, mas não gastam a energia ingerida, tornando-se obesas, verdadeiros depósitos de energia em potencial, mas não utilizada? Ora, isso é diletantismo, é saber sem aprender. Já notou que certas pessoas estudaram muito, sabem muito, mas parece que não aprenderam nada, pois são incapazes de fazer ou aplicar o que sabem? Já viram pessoas que conhecem toda a Bíblia, mas são incapazes de amar, de servir ao próximo. Então, estou falando do fenômeno do saber ou do conhecer dissociado do aprender. Sabem muito, mas não aprenderam nada!

“Mas, porque isso é tão importante para a vida profissional?” Além do risco da “obesidade do saber”, você corre um risco maior ainda: parar de crescer, de evoluir. É simples! A melhor definição que já formulei para o crescimento humano (não o físico, mas o intelectual, o profissional, o espiritual) foi a seguinte: crescer é aprender algo novo. Ou seja, o processo de aprendizado contínuo é o grande responsável por não envelhecermos, por continuarmos em contínuo crescimento, evitando a estagnação. Quando você acredita que saber é a mesma coisa que aprender, você cai na ilusão já mencionada anteriormente (obesidade do saber), não aprende, e pára de crescer de evoluir.

Para arrematar o conceito aqui exposto, deixo-lhe dois belíssimos pensamentos que nos alertam para a necessidade de praticarmos o que sabemos, sob o risco de não aprendermos nada. O primeiro é de Aristóteles: “Excelência é uma arte conquistada pelo treino e hábito. Nós não agimos certo porque temos virtuosidade ou excelência, mas preferencialmente as temos porque agimos certo. Nós somos o que fazemos repetidamente. Excelência, então, não é um ato, mas um hábito.” O segundo encontramos na Bíblia, na carta de Tiago, capítulo 1, versos 22 a 26: “E sede praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos... Entretanto, aquele que atenta bem para a lei perfeita, a da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas praticante da obra, este será bem-aventurado no que fizer.”

Então, aprendeu esse novo conceito? Se disser que sim, é melhor reler todo o artigo, pois, na verdade, a única coisa que no máximo pode ter ocorrido com a leitura deste artigo é você ter passado a saber, passado a conhecer esse novo conceito. Para aprender mesmo, você terá que agora praticá-lo. E a primeira coisa a fazer, o primeiro novo hábito a aplicar será o de parar de dizer que aprendeu alguma coisa com os outros, comigo, por exemplo. E agora, aprendeu? “O quê? Você disse sim, de novo! Bem, deixe-me explicar, mais uma vez...”

(texto extraido do site: http://vocesa.abril.uol.com.br/)
(Paulo Angelim, consulto em Marketing, vendas e Responsabilidade Pessoal)


Decidir o Futuro Corretamente: Uma questão de destruir barreiras interiores.


Vivemos em um mundo em constante transformação, que exige pessoas mais diversificadas para o mercado de trabalho, e até mesmo para o sociabilização. Os mais divertidos, carismáticos, inteligentes, não-alienados, e bem sociáveis conseguem se estabelecer mais facilmente no ambiente social. Aqueles que não o fazem, são infelizmente marginalizados. Mas quando se trata em definir o futuro, as dificuldade são as mesmas para todos. Pensando na fase atual que estou vivendo em minha vida, e na homóloga situação dos amigos que me cercam, tentei compreender – o que me desestimula? – O que oblitera meus objetivos? Foi aí que me dei conta que, o que realmente impossibilita que eu conquiste àquilo que almejo são as próprias barreiras que me imponho. Enquanto o suporte familiar me alicerçar financeiramente, me propiciar condições para estudar e buscar minhas realizações, não existe barreiras que nos prendam. Sobre a se impor adversidades, a consciência criada por nós mesmos aliada a um senso crítico apurado, nos revela, quais barreiras são estas, e como destruí-las. No meu caso, o tempo sempre foi um grande inimigo. Faltar tempo, estar velho demais para alcançar o que almejo já me fez desistir de muitos sonhos. O fato de me sentir atrasado em relação aos outros também já serviu de empecilho para que alcançasse meus objetivos (fazendo-me pegar caminhos diferentes da meta proposta). Hoje estou mais sereno, mais ativo na construção do edifício do meu futuro. Ainda um pouco vagaroso, tijolo por tijolo, mas o importante é que no final estarei com a obra totalmente pronta! E para total usufruto.

terça-feira, janeiro 02, 2007

Admirável Mundo Novo. Um paralelísmo da fixão de Aldous Huxley e da realidade contemporânea.


Talvez, entre tantas obras literárias que eu tenha lido até hoje, admirável mundo novo esteja entre as mais fascinantes. É sempre emocionante apreciar uma obra que mesmo romanceada, traga um conjunto de valores profundamente relevantes, os quais são apresentados ao leitor para posterior análise. Ao devorar as páginas rapidamente, me atentei a uma frase que viria posteriormente, após o desenvolvimento do alicerce do livro, ser o foco principal de toda a trama: "Não há civilização sem estabilidade social, e não há estabilidade social sem estabilidade individual". Esta frase é extremamente interessante, porque a despeito do livro trazê-la de uma forma inverossímel, pois utiliza-se de um condicionamento psico-socio-biológico impraticável para produzir indivíduos, ela retrata realmente a formação de uma sociedade quase perfeita. Para produzir este tipo de sociedade, é imprescindível à reestruturação social partir do micro-cosmos para o macro-cosmos, ou seja, do indivíduo para a sociedade e da sociedade para o civilização.
Quando se traz estabilidade financeira, relacional, emocional, cultural para um indivíduo, este consegue se inserir em uma sociedade de alto nível (e está ai o grande problema de algumas sociedades, pessoas muito intelectualizadas contrastando com de níveis mínimo de intelécto), e este indivíduo pode então praticar ações sociais benéficas para crescimento de toda sociedade. Esta mesma sociedade, majoritariamente composta por pessoas deste nível, poderá então começar a crescer e extrapolar para mais altos léveis sociais, a ponto de se tornar uma organização tão forte, tão rica (entende-se não somente a riquesa material, que é a menos significante das riquesas) e tão influente, que esta pode extrapolar as barreiras territoriais e nortear as ações de outras sociedades, até o clímax: Uma civilização completamente desenvolvida, em alto nível, e alta condição social.

"Enquando a base individual não for restabelecida, uma sociedade nunca existirá em sua plenitude" Luiz Augusto Vallim.

segunda-feira, janeiro 01, 2007

Pequena reflexão a respeito da Pena de Morte


Toda ação que não possui aplicabilidade social deve ser rejeitada. E para que uma ação tenha aplicabilidade, ela deve seguir alguns parâmetros: Sempre trazer benefício a população, agilizar as atividades sociais para maior dinamização vivencial, não ocasionar conflitos entre os "participantes" da vida em sociedade, e acima de tudo, ser justa. Quando alguns destes princípios são quebrados, a ação torna-se patológica. Ao questionamos a respeito da pena de morte o caso é ainda mais sério , porque nem sempre punimos da maneira correta os infratores. Muitas das transgressões sociais (entende-se por não cumprimento do código moral específico de certa sociedade) não estão aparentes no mundo sensível, mas apenas no inteligível. Ora, tomemos por exemplo mais recente, a execução de Saddam Hussein. O crime de Saddam possui uma ideologia intrinseca que foi construida com o tempo no próprio caráter dele (assim como qualquer outro crime merecedor ou não da pena de morte). Querer para a si a terra denominada por sua religião sagrada, utilizando-se de ações inescrupulosas, tais quais; assassinar, destruir territórios, incentivar a violência, é o que caracteriza seu crime, e o que define sua ideologia intrínseca citada logo acima. Essa ideologia não existe materialmente, ela é uma idéia, e portanto deve ser julgada de acordo com sua natureza. Simplismente matar o ditador não elimina esta idéia, e em determinado momento da história, ela florescerá no coração de mais pessoas para continuar o legado de Saddam (no caso dele, mais rapido do que imaginamos, visto que seus seguidores, na verdade partidários desta mesma idéia, já cometeram atos terroristas em protesto). Compreendendo que toda ação patológica possui sua causalidade específica no mundo inteligível das idéias, e que esta deve ser combatida neste mesmo mundo, punir fisicamente um trangressor é (como dito no final do post anterior) condenável e desprovida de utilidade ética para o ambiente social! justamente por que a patologia se mantém. O ideal seria que um processo de re-educação fosse aplicado, para que a idéia subversíva seja enfim eliminada e substituida por uma outra mais saudável.

Obviamente, que alguns bons anos de claustro (talvez um nome mais interessante para prisão, visto que esta não seria mais um acessório para punir, mas trazer reflexão ao transgressor) seriam interessantes para que o infrator reflita suas ações.